quarta-feira, 21 de março de 2012

Inside us: lá dentro do olhar da alma.

Disse-me alguém em algum lugar: "Dessa vida, nada levamos". Será?

Não tenho religião. Mas obrigada, "Deus", por eu ter fé.
Hoje, cheguei ao trabalho, para um dia comum como qualquer outro. Ao entrar na sala, me deparo com o novo testamento aberto na página 419. A caneta bic preta serviu para marcarem o seguinte trecho dessa página: "Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contente."

Sou só eu, ou nesse mundo em que vivemos, mais alguém acha que é preciso muita terapia, oração e sabedoria para ser contente com "só" isso? Cobram-me beleza, cobram-me sorrisos, cobram-me saúde, cobram-me conhecimento, cobram-me status. Eu me cobro. Mas chega uma hora, em que a gente cansa. Cansa de ser cobrado por padrões inatingíveis, e se atingíveis, não mais importantes. Eu cansei. Quero apender a viver. Não quero ter medo de ser mal vista por sair com uma roupa "mendigante", não quero ter medo do que vão pensar, se eu estiver com as unhas horríveis e sem maquiagem. Não quero, sobretudo, lembrar do que vão pensar de mim, independente do que sou.

90% das pessoas que me olham, veem a minha aparencia e me julgam por isso, se aproximam ou se afastam. doce ilusão daqueles que ainda desconhecem o olhar que mostra mais que o gesto, que fala mais que a palavra. Dos 10% que verão nos meus olhos, aquilo que sou, metade deles se importarão com isso. Posso ser sincera? Faço parte da outra metade dos 10%. Pois, ainda que critique os olhos daqueles que vos falo, admito que assim também são os meus. Pobre criatura que precisa aprender para enxergar dentro do outro e de si mesmo. Preciso aprender e o quero tanto, tanto, mas tanto, que não vou desistir. Dói no começo? Dói. Mas é se conhecendo que a gente conhece o verdadeiro mundo.

E quer saber? Dói, pode doer, mas eu quero é morrer SABIDA.

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